Não vou explicar as consequências que o fumo do tabaco faz ao corpo humano, pois toda a gente já as conhece, desde há muitos anos, inclusive o fumador. Não existe nenhuma terapêutica “mágica” ou “pílula dourada” que resolva este vício, existe sim, conhecimento técnico que tem sido aprimorado, ao longo dos anos, para que o paciente sinta cada vez menos dificuldade em largar este terrível vício.

Uma grande parte dos fumadores cede na experimentação do tabaco por vezes em idade jovem e, com o desenvolver da sua consequente maturidade, evidenciam-se sintomas crescentes de ansiedade generalizada. Usualmente, o paciente justifica a permanência do consumo pela existência de momentos mais complexos na vida, sejam eles por motivos profissionais ou emocionais.

Este é o momento em que paciente deverá ser considerado como um toxicodependente, pois persiste na ideia que a nicotina, presente no tabaco, é a salvação para continuar a lidar com as vicissitudes de uma vida e anula-se o desejo de, um dia, corrigir este hábito que pouco a pouco destrói a saúde, o bem-estar pessoal e dos que o rodeiam.

É neste labirinto que o paciente, no desespero de querer deixar de fumar, opta por (finalmente) pedir ajuda para largar um vício que reconhece que não consegue deixar.

Este é o momento de decisão do fumador em que, depois de definir uma data, necessita de iniciar um plano de tratamento no qual, através de regras e conselhos, metas semanais, aliados a tratamentos de acupuntura especializada e prescrição de produtos naturais (fitoterapia), se consegue minimizar todas as sintomatologias da abstinência tabágica, como incapacidade de trabalhar normalmente, astenia generalizada, agitação, irritabilidade, insónia, pesadelos, desconforto na garganta, bocejar constantemente, visão nublada, adição alimentar, adição alcoólica e/ou de ansiolíticos.

Tecnicamente, deixar de fumar é como emagrecer, isto é, só existindo a capacidade racional de respeito e confiança sobre a metodologia aplicada é que se atingem as metas programadas, com um esforço reduzido.

Devo salientar que é essencial existir um voto de compromisso e de verdade entre o profissional de saúde e o paciente para se atingir o sucesso de ambos.

Não é demais acrescentar que deverá optar sempre por profissionais credenciados pela ACSS e espaços clínicos certificados pela ERS, assim como, na execução terapêutica de acupuntura esta deverá ser indolor e, na correta prescrição, a fitoterapia é desprovida de efeitos secundários indesejáveis.

Dr. Hugo Canão – Especialista em Acupuntura e Medicina Chinesa